O USO DE APLICATIVOS ONLINE
A pandemia forçou professores e estudantes a se adaptarem quase que instantaneamente a formas de interação por vias digitais com as quais o mundo contemporâneo só havia interagido opcionalmente. A opção remota, que era muito comum a músicos mais próximos de processos criativos ligadas à tecnologia, passou a ser necessária a todo o processo de formação e atuação de artistas.
A falta de familiaridade, somada à pouquíssima estrutura física e humana das instituições de ensino, escancarou a necessidade de novas pesquisas em busca de soluções para os problemas gerados. Porém, o investimento em pesquisas em artes caiu vertiginosamente com cortes de bolsas promovido por pelas agências públicas de fomento.
Pesquisadores (professores e alunos) se reinventaram em 2020 e as soluções temporárias foram sendo aprimoradas e continuam sendo desenvolvidas em grupos de pesquisadores e artistas que não admitem que a arte se cale. As experiências são muitas, agora compartilhadas internacionalmente via as múltiplas possibilidades oferecidas pela Internet.
Assim, é muito importante algumas dessas possibilidades de uso de aplicativos sejam discutidas e experiências sejam trocadas entre profissionais e estudantes de performance musical.
Minha dica de hoje é USANDO TELEGRAM ou WHASTAPP:
Diferente das aulas tradicionais, o professor não conseguirá ouvir o aluno em todos os detalhes como ao vivo. EM compensação, o aluno poderá preparar um trecho (ou trechos) de até 1 minuto de passagens, frases… de exercícios de técnica ou de parte do repertório para enviar ao professor via um desses aplicativos. O professor ouve, traz comentários sobre o trecho selecionada para a aula, podendo até regravar o trecho e devolver ao aluno no mesmo sistema. Na minha experiência de ensinar e praticar performance musical na pandemia me mostrou que há muitos detalhes a serem corrigidos, estudados durante a aula virtual (além de comentar vídeos) como: observação da postura, afinação, relações de visão/audição/tato na correção de afinação, ritmo. Pode-se também complementar o conteúdo da aula com indicação de leituras frutos de pesquisa (artigos, livros…) ou de motivação (biografias, romances…). O que cada aluno em particular precisar.
Vantagem: pode-se variar muito mais a abordagem do conteúdo da aula usando a gravação e leituras como mais uma ferramenta didática;
Desvantagem: não poder ter contato físico e não ter som de qualidade ao vivo.
Contudo, estamos num momento único que exige adaptações. A melhor parte é sabermos que as adaptações são temporárias, mas nosso aprendizado com ela, ficará e nos tornará melhor aprendizes!
Sonia Ray (sonia_ray@ufg.br)
Sonia Ray é contrabaixista, professora e pesquisadora
Professora Titular da EMAC-UFG. Presidente da ABRAPEM (2018-2022)
Fontes sobre didática da performance musical:
